sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

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No Recife, o Bloco do Nada sairá na segunda-feira de carnaval (foto). Seus integrantes seguirão atrás de um estandarte branco, sem qualquer inscrição, desfilando no vácuo de outras agremiações, nos poucos espaços vazios da cidade. Teoricamente, o bloco não existe; é um pseudoproblema, segundo Kant. Mas é uma palavra e tem um hino.

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A história do homem oco começa no dia em que ele conseguiu dominar as técnicas da meditação transcendental. Esvaziou a mente, conforme as instruções, mas ocorreu um problema sério no processo. O homem não retomou seus pensamentos, que se foram para bem longe e não voltaram, deixando o pobre meditador inteiramente vazio de memória e incapaz de esboçar qualquer reação ao mundo real.

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O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a prisão domiciliar a um morador de rua detido em flagrante, acusado de furto. Deverá ser preso por não cumprimento da decisão judicial. Precisa de um sofá para sentar na Praça da república, abrir um jornal e tirar os chinelos.

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Só agora, depois de três décadas, resolvi escrever. Do modo como ainda fazíamos no início dos anos 80: carta pelo correio. Não sei como você está e até o endereço comercial, capturado no Google, pode ser de outra Kathy, com o mesmo sobrenome, a mesma profissão. Vai assim mesmo, como garrafa ao mar. Em primeiro lugar, assumo: a culpa é minha. Sai dos EUA como quem sai para comprar cigarros e some. Saí da sua vida e de seus planos. Fugi do casamento direto para o aeroporto Kennedy. Chegou a hora decisiva: fazer balanços e pagar dívidas antigas ou acumular todas, ir empilhando, deixando para depois, depois e depois.

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“Temos dinheiro de sobra para concluir o negócio, mas esperamos alguma compreensão de sua parte. Feche suas empresas e receberá um bom dinheiro por elas. Caso contrário, entramos pesado no mercado e quebramos vocês em menos de três meses”. A delicada explanação do diretor de vendas da grande empresa foi aceita sem hesitação pelo concorrente. Sem um pio. Ele confia no capitalismo e achou absolutamente normal o formato da negociação. Quisera estar no lugar do monopolista. Não estava. É a regra do jogo.

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