quinta-feira, 15 de julho de 2010

A tuiteira e o sexo com Josué Montello

@ Acordei cedo para levar as crianças na escola. Café da manhã em família. Meu marido comeu uma torrada, apressado, para não chegar atrasado ao trabalho. Mesmo assim despediu-se com um beijo apaixonado e deu aquele tradicional beliscão na bochecha dos meninos. Na mesa, ovos com bacon e waffler com Maple Syrup. Parti feliz da vida. Depois da escola, academia, aula do mestrado e volta ao lar para uma noite de amor ao som de John Williams. Doce vida de dona de casa.

@ O parágrafo acima não é comigo, mas desejei que fosse. Vi num filme hoje de madrugada. Só não lembro o nome nem a história porque estava bêbada. Mas era americano, com certeza. Essa cena, em Hollywood, só perde para a frase “tire essas mãos sujas de cima de mim”.

@ Era quase meio dia quando resolvi sair da cama. Andei até o banheiro e lá estava meu laptop. Não só o lap. Havia duas garrafas de vodka – uma vazia, outra pela metade -, várias bitucas de cigarro e um livro de Josué Montello. Dava para explicar quase tudo, foi uma daquelas farras virtuais, menos o exemplar de “Mulher Proibida”. Já sei: pensei que fosse de sacanagem. Não era.

@ Na verdade queria mudar de vida. Casar, ter filhos, freqüentar reuniões de condomínio, pagar as contas com débito automático, ter cartão Mais do Pão de Açúcar e pedir nota fiscal paulista. Mas é um fardo enorme. Então, volto aos meus afazeres e desfazeres. O projeto para o Minc não saiu do lugar. Eu não saio do lugar. Vou beber. Pelo menos vejo o mundo rodar.

@ Tuitei a tarde inteira e, à noite, já meio cambaleante, comecei o inventário da quitinete: estoque de miojo no fim, acabou o papel higiênico, um rolo compressor passou por cima da pasta de dente. Restam dois dedos de vodka, uma catuaba selvagem e meia cartela de Rivotril. Provisão insuficiente para a madrugada.

@ Nos escombros, encontro ainda um pouquinho de sálvia. Bom tempero para o miojo. Mas resolvo dar outro destino ao produto: enrolo numa seda e fumo.

@ Sozinha, como sempre, vou noite adentro com uma frase na cabeça. Da minha amiga @harpias, do twitter: a vida é a espera da morte. Ou do fim de semana. O que chegar primeiro.

@_lulafalcao

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