terça-feira, 27 de julho de 2010

2020: o ano em que coçaremos o saco

Durante muito tempo martelaram em nossa cabeça que o trabalho braçal estava com seus dias contados. Precisaríamos de especialização, cursos universitários, MBAs e outros diplomas e predicados para exercer profissões consideradas superiores. Pois bem. Enquanto o operário continua com a mão na massa na construção do lado, as empresas tratam de reduzir o número de gerentes e diretores, máquinas já escrevem notícias esportivas e computadores se encarregam de substituir cérebros não-eletrônicos. Qual serão, então, as profissões do futuro? Talvez muito poucas.

A futuro, dizem, estaria na Internet e, agora, mais especificamente, nas redes sociais. Mas de repente qualquer usuário do twitter, por exemplo, se torna um especialista. Deixa de precisar do outro. O sistema se auto-explica, dispensando consultores. No máximo, a consultoria poderia indicar programas mais adequados para determinada necessidade. Meu vizinho é fera nessa área e vive com o dinheirinho contado do que ganha como ilustrador. Perguntam tudo para ele. Não lhes pagam um tostão por isso.

Daniel Portillo Serrano, do Portal do Marketing, escreveu ainda em 2002 um texto chamado “O fim dos empregos”, citando livro homônimo de Jeremy Rifkin. O escritor, que nunca li, refuta as previsões de Alvin Toffler em "A Terceira Onda", e Marshall Mc Luhan, com sua "Aldeia Global" - ambos com uma visão mais ou menos otimista do mundo para o século XXI. Para Rifkin, no entanto, a sociedade caminha para um declínio severo dos empregos.

O mais terrível da previsão de Rifkin: 2020 é o ano em que virtualmente se esgotarão as possibilidades de emprego. A pergunta é: quem vai financiar milhões de pessoas, em casa, coçando o saco?

@_lulafalcao

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