segunda-feira, 15 de março de 2010

Fim dos jornais

No ano passado, a New Republic publicou um epitáfio dos jornais, escrito por Paul Starr. De acordo com o comentarista, o processo de extinção do antigo suporte que conhecíamos como "jornal" começará pelas cidades norte-americanas. Logo, muitas delas – especialmente as de menor porte – perderão seu último diário. Por que isso ocorre? Entre outras razões porque alguns já foram substituídos - até com vantagens - por veículos de nicho, na Internet. Paul Starr, porém, não acredita que alguma organização, oriunda da www, vá assumir a cobertura política de outrora. Não com o mesmo "espírito cívico" - como se um repórter de política, ou de assuntos políticos, se sentisse um legítimo representante da sociedade, fiscalizando, cobrando (e até aperfeiçoando) governos, governantes e governados. Ele remete à invenção da TV a cabo e atribui-lhe a culpa pela programação de "entretenimento", que desviou a atenção das massas dos telejornais. Divorciados das hard news - por pura preguiça mental -, muitos cidadãos se alienariam politicamente, tornando-se lenientes para com a corrupção. A escassez de cobertura política diária, combinada com uma audiência refratária à realidade em volta, resultaria num retrocesso em termos de civilização. O fim dos jornais, para Paul Starr, não seria um fato isolado, mas desencadearia o fim da era dos jornais.

De certa forma a profecia se realiza nos Estados, que chega a 2010 sem diários tradicionais, como The Rocky Mountain News (Colorado), por exemplo, e com vários outros em crise financeira: (Chicago Tribune), San Francisco Chronicle e até o New York Times. Só que a Internet, aos poucos, começa a aprender a cumprir o papel dos impressos no noticiário político. Basta dar uma olhada no online Huffington Post para descobrir uma nova realidade a caminho. (http://www.huffingtonpost.com/)

_lulafalcao

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