terça-feira, 18 de outubro de 2011

Deus

Deus é assim, não tem religião nem se considera eterno. Está tão atormentado quanto seus adoradores. Vez por outra entra em crise. Como é desprovido de vaidade, fica enjoado com orações e outras mesuras. Quando clamam por sua ajuda, Ele só lamenta: “Tudo eu, tudo eu”.

Deus contesta livros e sermões. “É ficção pura”, diz. “Não fiz o mundo em sete dias, não tenho filhos nem autorizei ninguém a falar em meu nome”.

Também não se acha responsável por mortes e tragédias. “Essas coisas podem acontecer com qualquer um, inclusive comigo”. Ele não interfere, não dá palpite, deixa rolar.

Todos os anos, Deus premia um ateu de sua preferência com férias remuneradas no Paraíso. O sujeito volta à Terra, esquecido tudo, e continua a levar sua vida de descrente. Deus adora as pessoas que não acreditam nele. Dão menos trabalho.

Um comentário:

teta disse...

Amei. Como sempre. bj,téta.

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