sábado, 5 de junho de 2010

Os blogs morreram?

Tudo o que o cientista Silvio Meira fala ou escreve sobre a Internet é para ser levado em conta. Talvez ele seja hoje o nome mais respeitado do País nesse campo. Por isso, na semana passada, causou certo rebuliço sua afirmação de que os blogs morreram. Segundo ele, quem escreve em espaços como este aqui, está destinado a ter como leitores apenas a família e uns cinco amigos e amigas. Claro, os blogs vão acabar, com a própria Internet e nossas vidas, mas a notícia soou um pouco exagerada para quem considera a blogosfera ou coisa que a valha como meio mais afeito à cultura do que à tecnologia.

Existe, então, uma cultura blogueira? Existe assim. Para muitos que escrevem com frequência - mesmo que apenas para os amigos ou sua comunidade – os blogs estão acima (ou abaixo, sei lá) da discussão diária e angustiante sobre as grandes novidades de amanhã que substituirão as coisas de hoje. A maioria não mantém ilusões de tornar-se um campeão de audiência, mas há muitos blogs independentes que alcançam um número considerável de leitores, muito, muito além do grupo de amigos. Mil pessoas interessantes lendo o que eles escrevem já está de bom tamanho.

Em matéria do jornal O Estado de S. Paulo, Rodrigo Martins e Ana Freitas afirmam que o blog, como ferramenta de publicação, ainda darão um caldo. “Mas as a blogosfera, com a figura do blogueiro, essa pode estar no fim”, salientam. Com o aparecimento de Flickr, YouTube, redes sociais e, mais recentemente, Twitter, Tumblr e companhia, "o blog acabou não sendo mais necessário para, por exemplo, compartilhar links ou postar fotos", acrescentam. Vale dar uma olhada aqui.

Os blogs, portanto, não morreram. Como Elvis e Lennon, estão vivos. Pelo menos simbolicamente, às vezes como estilo de vida e na maioria dos casos apenas como depósito de idéias. No final de seu artigo – aliás, escrito em um blog – Silvio Meira ressalta que a morte da blogosfera não significa a morte da escrita na rede, que ainda estaria nascendo. “Falta muito pra que se saiba o que estamos fazendo. Mas este não é o problema. Vamos continuar fazendo e tentando descobrir…”, observa o cientista.

Pois é. Enquanto não nasce o substituto dos blogs, eles vão continuar existindo, mesmo como mortos-vivos - inconformados com o fim inevitável, mas conscientes de que este é o destino de tudo e de todos.

_lulafalcao

Um comentário:

Rebeca disse...

Querido Lula:

será mesmo o fim de uma era tão curta? Agora q estou me divertindo tanto...
Acho q eu posso ser encaixada na triste mas confessa lista de blogueiros totalmente egoístas e egocentricos: escrevo prá mim mesma!!!! É triste? É feio admitir???? É uma falha de caráter??? Se for, tô perdida!!! Escrevo prá lembrar das minhas coisas, das minhas costuras, dos meus gostos e até das minhas opiniões! Se só os loucos têm ideia fixa, eu posso muito bem mudar de opinião e um dia querer saber o q eu achava antes... De mim prá mim mesma! (e se algum parente ler é lucro...)
Abç!

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