quinta-feira, 7 de maio de 2015

Bloco de notas 2



Na semana passada, um pastor quis repetir minha façanha mais conhecida. Tentou andar sobre as águas e terminou morrendo afogado. Quem mandou?  Não é assim, não, meu filho. Aquilo deu trabalho, uma produção enorme, como se veria depois em Mateus 14:22-33, Marcos 6:45-52 e João 6:16-21. Na certa o pastor pretendia superar minha marca do Mar da Galileia, mas não se trata livro do Recordes; se trata da Bíblia, o livrão sagrado. Sem contar que ainda salvei a vida Pedro. Não sei por que ele pulou do barco para me resgatar, quando o negócio era o contrário. Vim para salvar todo mundo. Pedro não sabia nadar e muito menos andar sobre as águas. O pastor incorreu no mesmo erro e deixei-o afundar. Fazer o que fiz não é questão de fé; é questão de berço.

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Quando acabar a privacidade, dentro e fora da Internet, nosso jogo será de esconde-esconde. Busca por buracos sem sinal, tocas de urso, cavernas e cidades-fantasma. Ninguém irá atrás da fama, pois o anonimato será uma graça alcançada. Apagaremos tudo: e-mails, blogs e mensagens; esqueceremos as senhas. Nada disso vai adiantar.

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O séquito da Cinderela está de sobreaviso. Hora de tirar a princesinha do recinto. Depois da meia noite ela se transforma, vira outra, personalidade inadequada e inconveniente. Quando uma vez foi deixada, bebeu na boca da garrafa, subiu na mesa e levantou a saia. Muita gente acha que ela estraga a festa; outros acham que ela é a festa. Sem a plateia, Cinderela sofre, com uma dor funda no peito e vontade de morrer. Tem tentado vários médicos e remédios, mas até agora nenhum resultado.


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