Temem
dizer o que foi dito. Medo da repetição. Eles estão num impasse. Nenhum idéia
nova para anunciar com entusiasmo. Pensam, vez ou outra, numa história com cara
de inédita, mas descobrem que a história já existe, ou parte dela, segundo o
Google. Por isso, só fazem colagens. Quando dão por si, a própria ironia
pertence a terceiros. Com outras palavras, o ganancioso Voltaire já usou a
mesma coisa, há trezentos anos.
Uma parábola da Bíblia está por trás de continhos, a mitologia grega no
fundo de romances e ainda tem Shakespeare, bem e mal recontado.
O
originalidade pertence ao passado, conforme eles acham, embora não desistam da
procura inútil em situações de suas próprias vidas. Mas estas também se
reprisam, dia e noite, como se o estoque de sensações e gestos humanos tivesse
um limite definido e já usado. Trabalham, então, com o bagaço, e citação
diluída dos autores de sempre, alguns mortos há séculos.
Até
o discurso de que tudo já foi feito, já foi feito.
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