quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

No mato sem cachorro



Minha vontade é dar nome aos bois, abrir a caixa de ferramenta e chutar o pau da barraca. Não faço isso porque a corda termina rebentando do lado fraco, seguro morreu de velho e em boca calada não entra mosca. Eu sei quem está por trás dessa história pra boi dormir: é a ovelha negra da família. Filho de peixe é peixinho e a água só corre pro mar, mesmo as que não movem moinhos. E por isso fico na minha, feito jacaré nadando de costas num rio que tem piranha. Então estou aqui, a cacarejar e não botar ovos, mas um dia é da caça e outro é do caçador e aí eu vou semear ventos e colher tempestades, embora digam que vaso ruim não quebra. Não. Um dia a casa cai. Não há mal que dure para sempre.

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