quinta-feira, 24 de junho de 2010

Clima de Copa nos EUA

Mesmo em 1994, quando sediou a Copa do Mundo, os Estados Unidos não estavam nem ai para o futebol. Agora parece diferente. Não que as ruas estejam embandeiradas e cheias de vuvuzelas, mas pelo menos os jogos da seleção nacional e as de outros países são vistos por mais gente.

A partida dos EUA contra a Eslovênia, por exemplo, deu à ESPN norte-americana uma audiência histórica: 5,2 milhões de espectadores num país que sempre viu o esporte bretão com extremo desinteresse. Entre as grandes emissoras, a ABC arriscou e transmitiu alguns jogos ao vivo. De olho na torcida latina, a Univisión foi além e está transmitindo todos os jogos da Copa, com público garantido – inclusive em bares de Nova York, Miami, Chicago e Los Angeles Outro marco: EUA x Inglaterra superou a audiência das finais da NBA, entre os tradicionais Celtics e Lakers.

A repercussão da classificação dos EUA foi enorme. O próprio presidente Barack Obama, numa atitude inédita, fez questão de ligar para a comissão técnica e jogadores. Celebridades, como o ator Johnny Deep, preparam o passaporte para ver seu país na África do Sul. Bill Clinton esteve na tribuna de honra para assistir à vitória sobre a Argélia (1-0). Nesse meio tempo, prossegue a campanha pela candidatura norte-americana para voltar a sediar a Copa do Mundo em 2018 ou 2022.

Como sempre tem um porém, desta vez é a direita dos Estados Unidos que tenta barrar não apenas a torcida pela futura copa, mas o futebol nas escolas que, segundo o Estadão, já supera, em número de praticantes, o basquete e o futebol americano juntos. “Não gostamos da copa e não gostamos de futebol”, diz o comentarista da Fox News Glen Beck. Já o conservador radialista Gordon Liddy afirma que o futebol começou com índios sul-americanos que, em vez da bola, usavam a cabeça de algum inimigo.

Por que tanto ódio do futebol? A explicação de Dan Gaynor, também ligado a grupos de direita anti-Obama, é a seguinte: “Futebol é coisa de pobre”. Segundo ele, o crescimento do esporte se deve “ao amarronzamento da América”.

Indiferente à xenofobia esportiva, a jabulani continua rolando na terra do beisebol.


@_lulafalcao

Um comentário:

Rebeca disse...

Como diria minha avó "eles têm é dor de cotovelo!"

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