domingo, 13 de março de 2011

Terra perigosa


A tragédia do Japão ainda é tratada como resultado da interferência do homem na natureza. Na verdade, antes de existir vida humana na Terra os tremores eram ainda mais terríveis. Está certo que o progresso causa o aquecimento global, mas quente, mesmo, é o centro do planeta – ferro e níquel sempre em combustão, com temperaturas que chegam a cinco mil graus Celsius. Não há muito que fazer, por enquanto, para evitar desgraças vindas das profundezes. Mesmo porque as informações sobre essa mecânica ainda são precárias.

Em seu livro “Breve História de quase tudo” (Companhia das Letras, 2007), o jornalista Bill Bryson observa que sabemos mais sobre o que se passa no centro do Sol do que no centro da terra. Para ele, é inacreditável que, quando Ford começou a fabricar automóveis, ainda não soubéssemos que Terra possui um núcleo. “A idéia de que os continentes flutuam na superfície como ninféia só se tornou um conhecimento comum há menos de uma geração”.

De certa forma, Bryson coloca também em dúvida a tese de que a exploração petrolífera e as minas podem provocar terremotos, como afirmaram com alguma convicção cientistas ouvidos pela TV sobre a tragédia japonesa. A distância entre a Terra e o seu centro é de 7.370 quilômetros. Nem a Petrobrás chegou ou chegará a tanto com o pré-sal. “Se o Planeta fosse uma maçã ainda não teríamos rompido a casca”, afirma o autor.

Claro que diante de tantas energias em ação, Bryson especula sobre o fim do mundo. A este respeito, ele tem a boa notícia de que é muito difícil extinguir uma espécie. Mas há o outro lado: “a má notícia é que não podemos nos fiar na boa notícia”. Segundo ele, não é preciso olhar para o espaço em busca do perigo petrificante. “A Terra, sozinha, pode oferecer perigo suficiente”.

@_lulafalcao

Um comentário:

carlos homci disse...

Parabens grande Lula! Na verdade a questão é que são tantas atenuantes para focar nossa existencia que na verdade tudo é NADA e nada é TUDO. PONTO, ASSIM!

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